A época 2006/2007
está oficialmente aberta
Abra-se o champanhe, coma-se o croquete
Este será um bom ano, pela certa
Tudo começou na Mealhada
Numa singela maratona de 90 km
Mais ou menos, meia dúzia de bicigodos à molhada
Ajustaram as mochilas, acertaram os cronómetros.
Sendo este o primeiro, partimos com cautela
Em direcção à Serra do Buçaco
Ainda existia o medo de cair abaixo da cela
ou de nos enfiarmos, de cabeça, num buraco.
Pois se de repente, mais ou menos, meia dúzia de bicigodos
fossem deglutidos por uma enorme cratera
o que seria do btt, do mundo, de todos...
O universo do btt deixaria de ser quem era
E tudo por causa dos GPSsss
Não havia meio de acertar
Meia volta e lá estávamos aos sss
Ai, ai!!! Que nos vamos esbarrar
Não nos esbarrámos, mas três desapareceram
Lá para os lados... Depois do meio
Desses três mais nada souberam
os que restaram continuaram, mas já com muito receio
Que lhes terá acontecido?
Será que com medo da Cruz Alta fugiram?
Será que o Lobo Mau os teria comido?
Ninguém soube, simplesmente sumiram...
Galgámos, então, serra acima
Olhando sempre para trás
Não fosse o Lobo Mau fazer de nós uma obra prima
Aparecer de repente e zás...
Junto ao museu do Moinho de Vento, já do lado de Penacova
Reabastecemos energias, com a melhor caipirinha do mundo
Estávamos prontos para apanhar uma boa sova
Venha lá o Lobo, enfiámo-lo no buraco mais fundo!
Meus amigos, a Serra do Buçaco está conquistada
É verdade que pelo caminho perdemos elementos
Mas o que é que isso interessa? Nada...
O btt é mesmo assim, radical. Às famílias, os nossos sentimentos
Há quem faça desporto por uma vida saudável
Há quem salte para o ginásio pela beleza corporal
Para nós nada disso é palpável
Praticamos btt por dependência, por vezes torna-se mortal
Morremos pelo prazer da infindável beleza da Natureza
Vivemos com os pulmões encharcados de ar puro
Morremos abraçados à nossa destreza
Viveremos vendo saudavelmente o nosso futuro